Dito infinitas vezes,
repetido indefinidamente.
O que sou para ti,
distinta vida minha?
Que me queres, quanto ainda falta?
Somos um ou dois?
Não que eu fuja, me retire,
como outrora já o fiz.
Estou assim, enquanto forças houver.
Não quero mais pensar ou supor
caminhos ou soluções: és tu e só tu.
Resigno-me, decide tu.
Apenas tento controlar a respiração,
o bater do coração, quase sem alma.
Haverão sempre linhas invisiveis,
mas que eu heide cuidar para existirem,
sempre e para todo o sempre.
Tomo-te nas minhas mãos,
ainda tenra alegria,
que agora partiste. Mas porquê assim?
Lugar das Agras, 11 de Julho de 2021